As boas condições do pasto por conta dos bons volumes de chuva em fevereiro permitem ao pecuarista barganhar melhores condições de preços. Tal estratégia contribui para que o mercado do boi gordo continue firme, ainda com tendência de alta nas cotações.
Mesmo com uma arroba ao redor de R$ 300 nas praça paulistas e de R$ 280-90 no Centro-Oeste, os pecuaristas se mostram bastante preocupados com relação aos aumentos nos custos operacionais, devido aos altos preços da nutrição animal e da reposição. “Tais fatores são decisivos na hora dos produtores pensarem em negociar seus lotes”, relata a IHS Markit.
Segundo apurou a Scot Consultoria, ontem (3/3), os frigoríficos paulistas abriram o dia pagando R$ 2/@ a mais para o boi gordo e R$ 1/@ a mais para a novilha gorda, na comparação diária. Com esse movimento, a referência para a cotação do boi gordo está em R$ 302/@, preço bruto e à vista. Vacas e novilhas gordas estão sendo negociadas em R$ 280/@ e R$ 294/@, respectivamente, nas mesmas condições de pagamento. Negócios envolvendo bovinos que atendem os requisitos para exportação (animais jovens, com até 30 meses de idade) ocorrem em R$ 305/@, preço bruto e à vista.
Na avaliação da IHS Markit, a oferta de animais terminados pode avançar nas próximas semanas, devido à recuperação das pastagens no Brasil-Central, região prejudicada este ano pelo atraso do período chuvoso.
No entanto, mesmo com a entrada de lotes oriundos dos pastos, a indústria frigorífica também uma mantém uma posição de cautela no mercado pecuário, preferindo aguardar uma melhor definição sobre os novos rumos da pandemia de Covid-19 no Brasil, e seus efeitos no consumo doméstico, já bastante estagnado.
Porém, o mercado externo segue aquecido, com forte demanda chinesa, principalmente na região de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, informa a IHS.
No mercado atacadista, o ritmo de vendas de carne bovina continua com fraco, embora os preços dos principais cortes bovinos seguem estagnados.
Por Denis Cardoso